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Amamentação Cruzada: o que é?

Consultora de amamentação esclarece riscos para bebês e lactantes

Atualizado em

A amamentação cruzada (ou aleitamento cruzado) se dá quando uma mulher amamenta uma criança que não é seu filho ou deixa seu filho ser amamentado por outra mulher. É uma prática culturalmente aceita em nosso país, porém desaconselhada pelo Ministério da Saúde.

Em documento oficial para a promoção do aleitamento materno dedicado à população, o Ministério da Saúde (MS) é enfático ao afirmar que “nenhum bebê deve mamar no peito de outra mãe que não seja a sua…algumas mulheres podem ser portadoras de doenças que podem passar através do leite do peito”.

Ainda assim, um estudo realizado em 2013 no município do Rio de Janeiro constatou que 29,4% das mães entrevistadas em unidades básicas de saúde tinham praticado amamentação cruzada. Na maioria dos casos, o bebê havia sido amamentado por uma outra uma mulher da família que estivesse cuidando da criança na ausência da mãe.

Riscos da amamentação cruzada

Apesar de ser um hábito antigo e ser considerado um ato de carinho e ajuda, este é um comportamento de risco, pois expõe a criança a contaminação por diversos tipos de vírus, como os da hepatite e HIV, levando ao desenvolvimento de doenças graves que podem comprometer de maneira significativa a saúde da criança. Além disso, a mulher que amamenta também pode ser contaminada pelo bebê que não é o seu. Há risco para ambos.

É preciso urgentemente atentar a população para o perigo da amamentação cruzada e orientar aos responsáveis como fazer a ordenha, conservação e oferta do leite da própria mãe, a fim de que na ausência dela, o bebê ainda possa usufruir dos benefícios do leite materno de forma segura e nutritiva.

Como doar leite da forma correta

Ainda sobre o documento do MS, este expõe que “para que a criança tome leite de outra mãe é obrigatória a pasteurização do leite em um banco de leite humano, já que o leite pasteurizado pode ser usado com segurança uma vez que a pasteurização inibe bactérias e vírus que possam causar doenças”.

Sendo assim, considera-se segura a prática de doação de leite materno a bancos de leite visto que as doadoras passam por um processo de seleção ao se cadastrarem para doação e porque ainda assim o leite coletado é analisado e submetido a processos que impedem que este se torne veículo de doenças aos bebês que vierem a recebê-lo.

A melhor forma de ajudar a dupla mãe-bebê é oferecer apoio: encaminhar a bancos de leite ou a profissionais especialistas em amamentação a fim de que dúvidas sejam esclarecidas e dificuldades sanadas. E doar o leite materno excedente aos bancos de leite continua sendo um ato de solidariedade seguro!

Para encontrar um Banco de Leite próximo a você, consulte o site Doe Leite Materno. http://www.doeleitematerno.com.br/bancos-de-leite/

Carolina de Vasconcellos

Carolina de Vasconcellos

Nutricionista graduada pela UNIRIO e Mestre em Nutrição Clínica pela UFRJ. Consultora em Amamentação e idealizadora do perfil @mamar_e_nutrir.

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